21 de fev. de 2011

OI sem compromisso com orelhões; o objetivo é vender celulares e créditos para as linhas móveis



"É mais fácil achar uma nota de cem reais”, ironiza o vendedor ambulante José  Francisco de Abreu, 37 anos, sobre a dificuldade de encontrar um telefone público em funcionamento, nas ruas de Eunápolis.  Depredados, inoperantes e carentes de manutenção, os orelhões viraram obstáculos, no meio das calçadas. 

Há dois dias na cidade, a professora carioca Ana Maria Marques, 45, testou mais de 10 orelhões.  As tentativas foram em vão.  A cena é mais comum do que parece e faz parte da rotina dos eunapolitanos.  A estudante Marina Vieira Lima, 26, disse que nem se lembra mais qual foi a ultima vez que utilizou um orelhão, com a comodidade do celular, até esquece que existe telefone público.

A comerciante Isabel Barretos dos Santos, 61, lembra com saudade da época das fichas telefônicas.  Disse que comprava um saco de fichas e falava com os amigos e parentes, o mês inteiro, depois que entraram esses telefones de cartão, estragou tudo, critica Isabel.

Entregues à sorte, os aparelhos apresentam defeitos, muitos são alvo de  vândalos, que arrancam peças e destroem os equipamentos, outros estão desgastados pela ação do tempo, entretanto, poucos são substituídos ou recuperados.

O Plano Geral de Metas para a Universalização (PGMU) – que normatiza a telefonia no País – determina que toda localidade com mais de 100 habitantes tem direito a pelo menos um telefone público ligado 24 horas e capaz de realizar chamadas nacionais e internacionais.  Em regiões com mais de 300 habitantes, o plano estabelece a meta de três orelhões para cada grupo de mil pessoas.

A norma do PGMU também estabelece que pelo menos 2% dos aparelhos sejam adaptados para portadores de necessidades especiais.  No caso dos deficientes visuais, o plano determina que todos os telefones públicos sejam adaptados com a tecla 5 em alto relevo indicando o centro do teclado e com os cartões telefônicos em braile, além da opção de, ao apertar a tecla # (jogo da velha)duas vezes, o usuário possa ouvir tons longos (dezenas) e tons curtos (unidades) para discar os números.

Na avenida Porto Seguro a  maioria dos telefones não funciona, são poucos  aparelhos adaptados às necessidades especiais, muito menos capazes de realizar chamadas internacionais.

Alguns aparelhos parecem estar em perfeito estado, mas, ao tentar efetuar uma ligação, eis que surge a mensagem: “aguarde..(silêncio).” e nada mais acontece.

Por Elenaldo Costa 

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