Um conjunto de boxes abandonados, construídos pela Prefeitura de Porto Seguro, próximo a Praça da Bíblia, no Centro, vem sendo utilizado como local de consumo e tráfico de drogas e também esconderijo de assaltantes. O lugar ainda serve de abrigo para mendigos (foto), que lá fazem suas necessidades fisiológicas e deixam restos de lixo. Moradores do bairro o denominam “cracolândia”, tendo em vista a presença de materiais para consumo de entorpecentes, como latas perfuradas (para fumar crack) e o uso ostensivo de substâncias psicotrópicas ilícitas. Na mesma rua está instalado o Conselho Tutelar, que reclama de falta de condições materiais e de segurança para realizar o seu trabalho.
Na última terça-feira, dia 26, um homem teve a barriga rasgada por golpes de foice, deixando suas vísceras expostas. O autor da tentativa de homicídio foi um adolescente de 17 anos, identificado como F., que foi apreendido pela Polícia Militar e deverá ser encaminhado para Salvador, onde poderá cumprir medida sócio-educativa, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Crimes
Moradores relatam que crimes como esse vem ocorrendo com frequência no local. “Além desse rapaz atingido por foice, teve outro ferido a facão. Também já aconteceu um estupro de uma menina de 12 anos, além de constantes assaltos. Os bandidos ficam à espreita das pessoas que estão vindo da direção do Supermercado Rondelli (localizado nas adjacências), para ameaçá-las com armas brancas e tomar-lhes o dinheiro, que será empregado na compra de pedras de crack. Eles também extorquem os motoristas, pedindo-lhes dinheiro para lavar os seus carros ou simplesmente “olhá-los””, denunciou um morador que não quis se identificar.
Outro morador, que se identificou pelo prenome Alex, disse que a insegurança passou a existir a partir da construção dos boxes, na administração Jânio Natal (2005-2009). “Depois que ergueram essa estrutura, que se encontra abandonada, passou a ser ocupada por indigentes e drogados. Aqui, já saiu tiros, facadas e outros atentados à vida. Andamos pela rua com medo. Até eu, que sou homem e tenho 1,90 metro de altura, já fui ameaçado. Já houve furtos em todas as casas da rua. Além disso, somos incomodados pelas cenas de prostituição que temos que assistir e pelo mau cheiro de fezes humanas, urina e lixo”, protestou.
Pedro Ivo Rodrigues / O Sollo
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