Acusado de vários crimes, o alagoano e ex-assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de Alagoas, Floro Calheiros provocou polêmica em Sergipe, estado de onde fugiu do presídio desde 2008, ao conceder uma entrevista ao semanário sergipano Cinform.
Na entrevista, ele disse que era inocente da acusação de ter sido o mentor do atentado contra o desembargador do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE/SE) Luiz Mendonça e que não se entregava porque a polícia de Sergipe só o queria morto.
Floro afirmou que a Polícia de Sergipe o tentou matar duas vezes, uma delas em Minas Gerais, em junho do ano passado, quando um integrante do seu grupo foi preso e ele trocou tiros com a equipe da Polícia sergipana. José Eloy disse ainda que Floro pode se apresentar que não sofrerá nenhum arranhão.
Quem é Floro Calheiros
Floro Barbosa Calheiros é alagoano e trabalhava como agiota, sendo considerado foragido da Justiça de Sergipe e também conhecido como “Ricardo Alagoano”. Ele seria o mandante do assassinato do empresário e ex-deputado estadual baiano Maurício Cotrim Guimarães, 59 anos, para se vingar de um empréstimo não quitado ou para honrar a moral de um amigo advogado que hoje está morando nos Estados Unidos porque teria perdido a esposa num caso amoroso com a vítima.
Cotrim Guimarães foi assassinado com cinco tiros disparados por Alemão e Roque, que fugiram numa moto. Alemão, pistoleiro que só mata com tiros na cabeça, disse que foi contratado por Floro para a tarefa, disse que disparou dois tiros de revólver 32 e Roque teria disparado outros três tiros de Pistola 380.
Zezinho Cazuza
O pistoleiro Alemão confessou vários crimes a mando de Floro. Um deles praticado em Canindé de São Francisco, em Sergipe, quando, segundo revelou, matou “um homossexual por divergências políticas de Ricardo Alagoano com a vítima”; Alemão confessou ter matado, ainda em Canindé de São Francisco, um segurança de nome Josvaldo, também a mando do próprio Floro Calheiros.
Floro Calheiros foi apontado como um dos mandantes do assassinato do deputado estadual Joaldo Barbosa, o Nego da Farmácia, em janeiro de 2003.
Floro Calheiros fugiu da 1ª Delegacia Metropolitana, no conjunto Leite Neto, no dia 2 de julho de 2003, pela porta da frente.
Lista de assassinatos é extensa
O delegado especial André Luiz Serra havia elucidado outros crimes: a morte do gerente José Carlos da Silva Moraes, 51 anos, do Complexo de Lazer Axé Moi, em Porto Seguro no dia 18 de setembro; a execução do traficante “Toninho”, ocorrida nos fundos de um motel às margens da BA-290, em Teixeira de Freitas; o assassinato do empresário Djair Elói, sócio-gerente do grupo “Para Todos” jogos lotéricos em Eunápolis, em 25 de março de 2007; e, há cerca de sete anos, a mulher de um homem identificado como Guta, um contador de Teixeira de Freitas, este também a mando de Floro Calheiros.
Alemão confessou ainda que soube da própria boca de Floro Calheiros que ele teria sido o responsável pela chacina, em 2003, de cinco pessoas de uma mesma família nos pertences de uma fazenda de propriedade de um empresário do ramo de móveis e eletrodomésticos na localidade de Corumbau, no litoral norte do Prado, também na região sul da Bahia.
A mando de Floro, Alemão também esteve em Ariquemes, no estado de Rondônia, para matar uma pessoa que ameaçava, junto com os índios, invadir suas terras. O pistoleiro também confessou que já estava contratado por Floro para matar um agropecuarista de Teixeira de Freitas de nome “Jamil”, por causa de uma transação mal feita na compra e venda de gado.
E para surpresa dos policiais baianos, o pistoleiro Alemão também confessou que o seu parceiro Roque foi quem atentou contra a vida do ex-prefeito de Mucuri, Roberto Carlos Figueiredo Costa, o “Robertinho”, em abril de 2004, quando o político teve o seu carro alvejado com 12 tiros quando saía de casa na companhia da família em Mucuri. Na época, Robertinho, a babá da sua filha e um amigo que viajava no banco traseiro saíram feridos à bala.
A babá ficou em coma 17 dias. Alemão disse que a empreitada foi autorizada por Floro Calheiros, mas a ordem não era para matar Robertinho, era apenas para dar um susto. No entanto, o delegado especial André Luiz acredita que o atirador foi o próprio Alemão. O ex-prefeito Robertinho nunca quis se pronunciar sobre o fato.
Floro Calheiros tembém é acusado de ter matado da ex-mulher Maria Paulina dos Santos, no Estado de Alagoas.
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