De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), os telefones públicos, também chamados de orelhões, estão em via de se aposentar. Pesquisa do órgão demonstrou que 40% destes aparelhos estão em desuso na Bahia.
Para a recepcionista Ivana Macêdo, não é a população que não tem usado, sim são os orelhões que não funcionam. “Está uma calamidade, eles não funcionam. O jeito é usar o celular”, diz. Da mesma opinião compartilha a auxiliar Marileide Santos. “Não existe mais orelhão, está tudo quebrado”, comenta.
A Bahia tem mais de 70.700 orelhões, 15.300 só em Salvador. Com o pouco uso, a venda de cartões telefônicos para orelhões tem diminuído. “Há cinco meses eu vendia uma faixa de 50 cartões diários, com tanto orelhão danificado, eu estou vendendo de cinco a seis cartões por dia”, afirma o vendedor ambulante Jordan Elísio. Ele é um dos que acredita que independente da adesão contínua dos aparelhos celular pelo cidadão, as ruas das cidades baianas devem oferecer esta opção como alternativa. “Tem gente que não pode ter celular, e aí?”.
O vendedor Gilmar Freitas acrescenta que o telefone público não deixou de ser utilizado nem por quem tem celular. “Mesmo com a quantidade de celulares que existem, ainda se procura o cartão telefônico. Uma emergência, a bateria que descarrega, o sinal que caiu, o sistema que está falhando. Nestes casos, o cliente procura cartão, mas como fazer se não tem orelhão para ligar?”, questiona.
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