3 de mai. de 2011

Em cinco anos mais de 9 mil alagoanos foram assassinados

O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) divulgou ontem, 2, o número de assassinatos registrados em Alagoas, nos últimos cinco anos.   Eles afirmam que 9.815 pessoas foram mortas, número assustador, se considerarmos que 26 municípios do Estado têm população abaixo do número de assassinatos.

Os números estão sendo divulgados em uma carta aberta à população, em que o Sindicato comenta a precariedade das instalações, dos materiais de trabalho, a defasagem salarial e uma série de fatores que causaram a crise na Segurança Pública do Estado.

Diz a carta: “as vítimas dessa tragédia, na sua maioria, são jovens e pobres que, de alguma forma, estão relacionados ao tráfico e consumo de drogas, em destaque o “crack”, que está devastando as pequenas cidades bem como a capital”.  

“A política de segurança pública é caótica.   A Polícia Civil, Agentes Penitenciários, Militares e Bombeiros trabalham sem nenhuma condição.   Os equipamentos estão ultrapassados.   Os coletes à prova de bala estão com data de validade vencida.   As armas e munições são compradas pelos policiais.

A Academia de Policia Civil está com as paredes desabando e serve como depósito de máquinas caça níqueis apreendidas entre outros objetos.

Os recursos disponibilizados estão sendo mal aplicados.  As delegacias reformadas, há dois anos, estão sendo novamente reformadas, enquanto outras estão abandonadas.  Os salários são os piores do País.   Enquanto um delegado de polícia tem remuneração inicial de R$ 12.500,00 os agentes recebem apenas R$ 1.818,00; os agentes penitenciários a metade disso”, denunciam os policiais.

A categoria também criticou a atuação da Justiça.  “Para enfrentar esse caos os policiais civis entraram em greve.   A resposta do governador foi a proposta de um reajuste de 5.9%, parcelado em duas vezes.    O Tribunal de Justiça proíbe preventivamente qualquer tipo de greve.    A multa estipulada em caso de descumprimento é de R$ 10.000,00 por dia e processo administrativo.

Com essa imposição, os policiais ficam proibidos de reivindicar. O direito à greve, consagrado na Constituição Federal, foi suprimido em Alagoas”.  

No final da carta, os policiais informam que estão direcionando as denúncias ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), e a população brasileira e pedem que a carta seja encaminhada às autoridades como forma de pleitear abertura de novo canal de negociação com o Governo.

fonte: Alagoas24horas

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